28 de novembro de 2016

Origem e Evolução do Consentimento Livre e Esclarecido na Prática Médica


“A afirmação do primado da pessoa humana, que se vem delineando desde o Renascimento e que alcança o seu esplendor após os horrores da Segunda Guerra mundial, tem o seu reflexo no mundo da medicina com a consagração do princípio ético da autonomia, que se não se sobrepõe, pelo menos não pode ser amesquinhado pelo princípio da beneficência.”
(Eduardo Hoffman)

Apresentação em Slides

26 de novembro de 2016

X Edição do OSCE-CM: Devolutiva

DEVOLUTIVA OSCE - Novembro/2016
Prova na Modalidade Osce realizada em 26 de novembro de 2016 para o Internato na Área Básica de Clínica Médica (CM)
Comissão do OSCE-CM / Departamento de Medicina Interna / Centro de Ciências Médicas - CCM / UFPB

ESTAÇÃO 1
ENUNCIADO
O sr. João tem 65 anos de idade e marcou consulta neste ambulatório de clínica geral por causa de uma queixa de dor na extremidade inferior esquerda. Ele afirma que há dois meses, ao caminhar na calçadinha da orla, frequentemente vem sentindo dor na panturrilha esquerda. A dor começa geralmente após 15 minutos de caminhada, quando ele pára e descansa, o que faz a dor passar lentamente. Nega sentir essa dor em outras circunstâncias.  Refere também parestesias nos membros anteriores à noite, quando já está deitado para dormir. Antecedentes pessoais patológicos: hipertensão arterial sistêmica há 20 anos, hiperlipidemia (exame recente: LDL 170, triglicerídeos de 240). Nega traumatismos anteriores na extremidade afetada. Faz uso da associação medicamentosa perindopril+indapamida, e recentemente começou sinvastatina (10mg) prescrita pelo médico do Programa Mais Médicos (MM), após seu exame laboratorial recente. Nega diabetes mellitus. Nega antecedente de úlceras de perna. Era sedentário até 4 meses atrás, quando passou a fazer caminhadas de 30 minutos, 3 vezes por semana, também por recomendação do médico do Programa MM. Fuma 10 cigarros por dia há 30 anos. Nunca consumiu bebidas alcoólicas. É radialista aposentado.

INSTRUÇÕES PARA AS RESPOSTAS
Responda às questões a seguir, anotando apenas a resposta ao item 1.
(1) Apresente sua hipótese diagnóstica principal.
(2) Realize o exame segmentar das extremidades inferiores com foco na sua hipótese diagnóstica principal (paciente simulado).

CHECKLIST
ITEM 1


ITEM 2 



ESTAÇÃO 2
ENUNCIADO
Você é o clínico de plantão em um Pronto Atendimento (PA) de um hospital geral. É chamado para avaliar paciente, masculino, 44 anos, casado, portador de hipertensão arterial há oito anos, que refere dor torácica retroesternal de grande intensidade, sem melhora com o repouso, de caráter lancinante e sem irradiação. Refere que há dor iniciou há 36 horas, mas piorou muito nas últimas horas. Nega febre ou sudorese, mas refere ter tido diarreia há 6 dias que melhorou espontaneamente. EF: EGR, corado, anictérico, acianótico.  AR: MV+ em AHT sem RA, FR= 22irpm. ACV: BCHF sem sopros, FC=120bpm. ABD: flácido, indolor, sem VMG palpáveis. MMII: Sem edemas ou sinais de TVP. Giordano negativo. Exame neurológico sem alterações. Realizada uma radiografia do tórax, que foi normal, e um eletrocardiograma (Figura 1), além de serem solicitados alguns exames de sangue.


Figura 1
PEDE-SE:
(1)    Qual a hipótese diagnóstica mais adequada para o caso? (2) Durante período de observação no PA o paciente evoluiu com dispneia importante e hipotensão. Um novo eletrocardiograma foi realizado (Figura 2). Qual a conduta médica imediata mais importante a ser realizada para resolução do quadro agudo?

















Figura 2

CHECKLIST
Respostas
Pontuação
1-     Derrame pericárdico
2,0
2- Tamponamento cardíaco
4,0
3- Pericardiocentese
4,0

 ESTAÇÃO 3
ENUNCIADO
Homem de 35 anos procurou atendimento médico por dispneia desencadeada por pequenos esforços, associado a edema de membros inferiores. Os sintomas começaram três meses antes, inicialmente com dispneia, seguida de edema. A dispneia, que era aos esforços moderados, progrediu até dispneia em repouso. Teve também há 26 dias um episódio de hemiparesia à esquerda, que regrediu. Nega dor torácica ou hipertensão arterial. Recebeu diagnóstico de insuficiência cardíaca há um mês. Há cerca de 18 meses sofreu traumatismo torácico em choque durante partida de futebol. Ao exame físico: Estado geral comprometido, acianótico, pálido ++/4+, PA: 90/60mmHg em membro superior direito e 80/50mmHg em membro inferior direito; presença de turgência jugular sob decúbito de 45º. Ausculta pulmonar normal. Ictus cordis palpado no 7º espaço intercostal esquerdo, sobre a linha axilar anterior. Fígado a 6cm da reborda costal direita, doloroso. Edema ++/4+ em membros inferiores. Pulsos presentes e simétricos.
INSTRUÇÕES PARA AS RESPOSTAS: Responda às questões a seguir, anotando as respostas abaixo de cada item.
(1) Faça a ausculta cardíaca e a descreva. [ausculta através do uso do manequim simulador de auscultação do Laboratório de Habilidades Clíncias do CCM]


(2) Com base nos dados da história e na ausculta cardíaca, levante sua principal hipótese diagnóstica etiológica (para a causa) da insuficiência cardíaca.

CHECKLIST

ESTAÇÃO 4
Enunciado
Na sua frente, está a Sra. RFL, 28 anos, portadora de lupus eritematoso sistêmico há 6 anos. Vinha em uso de prednisona e cloroquina. Fez uma primeira consulta no serviço de Nefrologia do HULW onde foi encaminhada por alteração de ureia e creatinina séricas. Os exames solicitados na consulta prévia confirmam o diagnóstico de doença renal crônica em estágio terminal e a necessidade de início de terapia dialítica. De comorbidades, além do lupus, é portadora de hérnia umbilical de médio volume. Como o médico que fez a primeira consulta entrou de férias, você está fazendo a consulta de retorno, conforme escala do serviço de Nefrologia do HULW.

INSTRUÇÕES PARA AS RESPOSTAS
(1) Informe o diagnóstico à paciente.
(2) Responda, de forma clara, as perguntas e dúvidas da mesma.

CHECKLIST
Itens Essenciais
Pontuação
1- Apresentou-se à paciente como médico (a)
2,0
2- Informou o diagnóstico à paciente de forma clara, firme mas sensível 
4,0
3- Respondeu assertivamente às dúvidas da paciente
4,0

Realização:
Comissão do OSCE-CM/DMI/CCM/UFPB
Professores Leina Yukari Etto, Luiz Fábio Barbosa Botelho (Coord.), José Luiz Simões Maroja e Rilva Lopes de Sousa-Muñoz
Colaboração: Dra. Ângela Siqueira Figueiredo
Liga Paraibana de Clínica Médica – Laclimed
Alysson Emannuel Neves Rodrigues Vieira Mirella Bezerra de Lima Silva (cronometragem do tempo, organização da entrada dos alunos nas estações)
Gabrielle Hyllen Neves Rodrigues Vieira e Melissa Toscano Montenegro de Morais (supervisão da sala de confinamento)
João Calvino Soares de Oliveira (simulação de paciente na Estação 1)
Raiara Carvalho Vieira (simulação de paciente na Estação 4)
Laboratório de Habilidades Clínicas do CCM/UFPB
Maynara Macelli Pessoa de Castro (transferência e manuseio eletrônico do manequim simulador de auscultação cardíaca)
Agradecemos ao Prof. Eduardo Sérgio Soares Sousa, diretor do CCM, pela presença e apoio