30 de outubro de 2008

Avaliação Semiológica do Edema: Anamnese e Ectoscopia


Edema é o aumento do volume de líquido intersticial. Este líquido provém do sangue e sua composição varia de acordo com a causa. 
O edema pode ser localizado, quando restrito a uma determinada região do corpo (por processos inflamatórios, alérgicos, traumáticos, início do edema na congestão venosa sistêmica, compressões venosas e linfáticas), ou generalizado, quando houver distúrbio no metabolismo hidrossalino por mecanismo de natureza sistêmica (retenção de sódio e água), como ocorre na insuficiência cardíaca, hepatopatia crônica, síndrome nefrótica, insuficiência renal crônica e desnutrição grave.
Geralmente o edema bilateral representa o resultado de afecções sistêmicas. Retenção líquida vultosa exterioriza-se pelo aparecimento de edema generalizado, congestão visceral e derrames cavitários, constituindo o estado que se denomina de anasarca.
O edema localizado é geralmente resultante de processo obstrutivos das veias (trombose venosa profunda), insuficiência venosa,  inflamação local (erisipela, celulite, tromboflebite superficial), induzido por radiação ou cirurgia ou pós-traumático. O edema unilateral geralmente reflete problema local.
Na caracterização clínica do edema na História da Doença Atual do paciente (terceiro item da anamnese), deve-se questionar os seguintes aspectos:
- Modo de início do edema: Lento, com aumento progressivo de peso e dificuldades para calçar os sapatos ou sensação de que os anéis estão mais apertados? Ou início brusco, em minutos ou horas, como ocorre no edema alérgico? O início rápido do edema acentuado associado a dor, eritema e calor sugere origem inflamatória.
- Local de início: Começo do edema na face sugere edema de origem renal; nos membros inferiores e com posterior progressão ascendente, na insuficiência cardíaca congestiva; ou em um só membro, na obstrução venosa ou linfática;
- Circunstâncias em que aparece ou é mais intenso: Em que momento nas 24 horas é mais intenso? Mais acentuado pela manhã ou no final do dia? Antes da fase menstrual? Coincide com uso de determinados medicamentos?
- Duração (minutos, horas, dias, semanas, meses, anos);
- distribuição: localizado ou generalizado;
- Curso: Fugaz, contínuo e persistente, recorrente (neste caso, duração dos períodos de remissão, duração dos períodos de edema);
- Cor e temperatura: Pele quente e avermelhada? Pele de coloração normal e frio?Pele pálida e fria?
- Consistência: Duro ou mole;
- Sensibilidade: Presença de dor indica causa inflamatória;
- Presença de alterações de pele no local afetado: Presença de hiperpigmentação (anchas escuras), prurido, descamação e úlcera indica edema crônico;
- Manifestações concomitantes: Dor, dispneia aos esforços, oligúria, nictúria, hematúria, urina espumosa, urticária, sinais inflamatórios;
- Exames realizados e seus resultados;
- Diagnósticos já recebidos;
- Tratamentos efetuados e respectivos efeitos;
- Progressão: Vem melhorando, piorando ou se mantém na mesma intensidade desde o início?
Ao exame físico, no exame de ectoscopia, as características semiológicas que devem observadas e descritas no edema são localização, cor, consistência, temperatura, localização, extensão, sensibilidade e alterações tróficas da pele. Esta caracterização física do edema depende fundamentalmente da inspeção e da palpação. À inspeção, observam-se aumento do volume do segmento corporal acometido, apagamento dos relevos ósseos, podendo haver depressões causadas pelas vestes e calçados, pele lisa, brilhante e distendida, espessamento da pele, hiperpigmentação, atrofia, ulceração e liquenificação associadas. A estase venosa crônica apresenta tipicamente escurecimento da pele (dermatite ocre por hemossiderose local) ou ulceração na região maleolar medial (úlcera por estase venosa).
À palpação, faz-se a compressão digital das regiões pré-tibial, maleolares e sacral. Na presença de edema subcutâneo, observa-se o sinal de Godet, ou cacifo, pesquisado sobretudo onde sobre plano ósseo, pinçando-se a pele entre o indicador e o polegar. Também à palpação observam-se a sensibilidade, temperatura e a intensidade do edema (esta última registrada em termos de cruzes + a ++++/4+). A presença de um cordão venoso palpável acompanhando edema unilateral doloroso de membro inferior sugerem trombose venosa profunda.
No edema linfático não há sinal de cacifo, é difícil de ser comprimido, pois é duro e espesso, por fibrose e hipertrofia da pele e tecido celular subcutâneo, observando-se acentuação dos sulcos e dobras cutâneas da região afetada, que pode adquirir proporções gigantescas, escurecida e especto rugoso, chamado de verrucose linfostática (elefantíase). 
O angioedema é classicamente de início rápido (ocorrendo de minutos a horas), localizado geralmente na cabeça ou no pescoço.
É importante lembrar que a compressão digital inicial do local edemaciado deve ser leve, progredindo a pressão lentamente, para evitar a provocação de dor súbita ao paciente.

28 de outubro de 2008

GESME no Congresso Brasileiro de Educação Médica - COBEM 2008

Participação do Prof. José Luis Simões Maroja na discussão dos trabalhos apresentados no COBEM-2008

Discussão do trabalho apresentado por Katyúcia Egito de Araújo: "ABORDAGEM DE SÌNDROMES GERIÁTRICAS NA rotina de ANAMNESE EM RESIDÊNCIA DE CLÍNICA MÉDICA: EVIDÊNCIAS DA TEORIA DA MORBIDADE OCULTA"

O Prof. Maroja contribui com a discussão do trabalho "MAPA CLÍNICO DAS ENFERMARIAS COMO FERRAMENTA DIDÁTICA NO PLANEJAMENTO DAS AULAS PRÁTICAS DE SEMIOLOGIA MÉDICA", projeto realizado no âmbito da Monitoria de Semiologia Médica da UFPB. Camila Ramalho apresenta o trabalho sobre a narrativa da história clínica pelo doente portador de tuberculose.

46º COBEM - Salvador, BA

Apresentação do trabalho "ABORDAGEM SEMIOLÓGICA DE NARRATIVAS DO PACIENTE PORTADOR DE TUBERCULOSE ATRAVÉS DO MODELO “COMPORTAMENTO DE DOENTE”: RELATO DE UMA EXPERIÊNCIA DIDÁTICA" por Camila de Oliveira Ramalho no 46º Congresso Brasileiro de Educação Médica – Cobem 2008, promovido pela Associação Brasileira de Educação Médica, em Salvador, Bahia, no período de 18 a 21 de outubro de 2008.

Participação do GESME no COBEM 2008


A Associação Brasileira de Educação Médica (ABEM) promoveu no período de 18 a 21 de outubro 2008, no Centro de Convenções do Bahia Othon Palace Hotel, em Salvador, o 46.º Congresso Brasileiro de Educação Médica (Cobem), com o tema "200 anos de Ensino Médico no Brasil: de volta para o futuro". O evento reuniu as maiores autoridades da área de saúde, representantes de órgãos federais, estaduais e municipais de Saúde, acadêmicos e estudantes. Foram centenas de pessoas do segmento de saúde em todo o país.
Esta foi uma realização da Associação Brasileira de Educação Médica, e organização da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública, com apoio da UFBA e diversas outras universidades, faculdades e escolas de Medicina.
Nosso grupo de estudo esteve representado pelas estudantes de Medicina Camila de Oliveira Ramalho, Katyúcia Egito de Araújo e Heloísa Maria Borges e Borges, além do Professor José Luis Simões Maroja. Foram apresentados oralmente cinco trabalhos dentro do tema de Semiologia Médica.

24 de outubro de 2008

Anotação da Ectoscopia

É importante que todos os dados colhidos através do exame físico também sejam claramente anotados. No início do aprendizado de Semiologia, é útil um modelo e orientação de registro de cada parte do exame físico. Contudo, a realização do exame físico e o registro deste são negligenciados, mesmo em grandes centros universitários.
Segue um modelo de anotação da ectoscopia ou exame físico geral, exemplificando-se o registro de um paciente sem anormalidades.
ECTOSCOPIA
Sinais vitais: P- 88 bpm (normoesfígmico); PA- 120/80 mmHg (normotenso); T- 37oC (afebril); FR- 16 irpm (eupnéico). Medidas antropométricas:
Peso- 53,4 kg; estatura- 1,60 cm; IMC- 20,8 kg/m2 (estado nutricional normal) Paciente em bom estado geral; consciente e orientado; eupnéico, acianótico, anictérico e afebril; fácies incaracterística; postura indiferente; marcha normal; biotipo normolíneo; mucosas normocoradas e úmidas; pele de turgor e elasticidade conservados, coloração, textura e umidade cutâneas normais; ausência de lesões de pele; pêlos em quantidade e distribuição compatíveis com idade e sexo; unhas de forma, brilho, cor e superfície normais; panículo adiposo de espessura normal e distribuição conforme o sexo; ausência de edema subcutâneo; linfonodos superficiais não palpáveis; musculatura normotrófica; sem deformidades osteoarticulares; extremidades com coloração, temperatura e perfusão preservadas, ausência de dilatações venosas superficiais.

23 de outubro de 2008

Pontualidade Britânica: Será que sua vida permite isso?

A pontualidade não é apenas um pressuposto básico das boas maneiras, mas estabelece cada vez mais um diferencial de comportamento entre as pessoas. Uma pessoa pontual demonstra controle sobre o próprio tempo e, portanto, responsabilidade. Quando alguém chega atrasado, passa a mensagem de que a outra pessoa, ou as outras pessoas, não estão no topo de suas prioridades. Portanto, ser pontual transmite uma mensagem muito direta: eu respeito seu tempo, eu respeito você. Essa qualidade é importante em todas as áreas, mas em Medicina adquire um valor moral. E você? Como encara a importância da pontualidade? Bruno Melo Fernandes, estudante de Medicina, extensionista de nosso Projeto Continuum (PROBEX/UFPB) e monitor de Semiologia Médica, emitiu sua visão sobre a pontualidade, dissertando sobre a chamada "pontualidade britânica". Pontualidade Britânica: será que sua vida permite isso? Por Bruno Melo Fernandes
Em todas as relações estabelecidas pelas pessoas durante a vida, existem alguns conceitos de fundamental importância prática, cuja aplicação reflete melhores possibilidades de resultados satisfatórios, sejam no campos profissional, acadêmico ou pessoal. Dentre tais conceitos, a pontualidade aparece como um modo de mostrar respeito e consideração ao próximo, destacando-se como “a virtude das pessoas civilizadas”. Chegar atrasado, segundo o conceito britânico, reflete indelicadeza, desorganização e falta de interesse. Mas até onde isso é verdade? Até onde um conceito tradicionalista e estrangeiro pode ser suficiente para julgar ou definir a moral e as intenções das pessoas? Muitos dizem que ser pontual é simplesmente ser organizado, como se chegar atrasado fosse sempre algo causado por pura desorganização, sendo assim, portanto, algo totalmente mutável, totalmente manejável dentro da vida dos “atrasadinhos”. Apesar da clara precipitação desse conceito, é importante destacar que muitos atrasos são sim causados por pura desorganização ou desleixo e que, portanto, não se pode entender o “atrasar” sem que suas explicações sejam observadas. O atraso atrapalha a vida do próximo, mas é parte da vida moderna, pelo menos fora da Inglaterra. A partir disso, o atraso deve ser observado fora da ótica britânica; deve ser avaliado dentro dos limites da possibilidade e, especialmente, das dificuldades de cada pessoa em suas vidas. Como dizer a seu chefe que você não pode comparecer a uma importante reunião porque, na mesma hora, precisa trabalhar? Esse é o típico caso em que não há escapatória, em que expõe a vil dialética da vida moderna: ou se falta à reunião e cumpre-se o trabalho, ou se comparece pontualmente à reunião e se deixa de fazer aquilo que lhe é requerido e esperado pelo mesmo chefe que marcou a tal reunião. Tudo isso parece desculpa para se atrasar, mas não é. Atraso não se desculpa, se entende; atraso não se justifica, se explica; atraso não se perdoa, se cobram compensações. Então, quando seu chefe brigar com você de novo porque você chegou atrasado naquela reunião marcada para o meio da manhã de um dia útil, não o julgue como o carrasco dos seus dias, não o subestime; tente explicar o que aconteceu, tente mostrar-lhe que você chegou (finalmente!) e está pronto para trabalhar o quanto for necessário, inclusive um pouco mais que os outros para compensar seu atraso. Afinal, o atrasado, desde que não exagere, não deixa de fazer o que promete, ou de ir onde confirmou que ia. É difícil ter muitas obrigações, é louvável ter muitas obrigações e ser eficiente no cumprimento de todas, é perfeito fazer tudo sem defeitos, mas ainda é impossível dar garantias de algo que não depende de você, que não é você que controla: isso é um privilégio, que não pode ser entendido como de fácil obtenção, ou você acha que seu chefe dar-lhe-ia a regalia de escolher o horário das reuniões?

22 de outubro de 2008

Semana C&T: Evolução e Diversidade


Temos o prazer de comunicar que estamos no terceiro dia do Maior Evento Coletivo da Ciência no País, a SEMANA NACIONAL DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA, de 20 a 26 de outubro. O tema desse ano faz jus aos 150 anos da seleção Natural, e à colaboração entre Darwin e Wallace abordando a EVOLUÇÃO & DIVERSIDADE.
A Semana Nacional de Ciência e Tecnologia acontece no Brasil desde 2004 e tem tido um êxito grande com participação crescente a cada ano.
A Semana Nacional de Ciência e Tecnologia de 2008 contabiliza até o momento 8876 atividades cadastradas. Participam da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia 634 instituições ligadas a ciência e tecnologia.
Desta segunda-feira, dia 20, até sexta-feira, dia 24, a Universidade Federal da Paraíba (UFPB) está realizando a sua versão da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia.
Os objetivos da semana são mobilizar a população, em especial crianças e jovens, em torno de temas e atividades de ciência e tecnologia (C&T), valorizando a criatividade, a atitude científica e a inovação. Além de chamar a atenção para a importância da C&T para a vida de cada um e para o desenvolvimento do País, assim como contribuir para que a população possa conhecer melhor e discutir os resultados, a relevância e o impacto das pesquisas científicas e tecnológicas e suas aplicações.
Neste período a universidade abrirá as suas portas para receber, principalmente, alunos do Ensino Básico, oriundos de escolas públicas e particulares de João Pessoa, Bayeux e Cabedelo. A programação, desenvolvida conjuntamente pela Pró-Reitorias de Pós-Graduação (PRPG), Pró-Reitoria de Graduação (PRG) e Pró-Reitoria de Assuntos Comunitários (PRAC) abrange três eventos que acontecem concomitantemente.
São eles o III Ciclo de palestras que proporcionará aos visitantes a oportunidade de ouvir professores da instituições discutindo assuntos atuais e de extrema relevância para a compreensão da Evolução e Diversidade, tema da Semana Nacional. As palestras terão lugar no auditório do NIETI, no Térreo da Reitoria da UFPB, das 8 às 9 da manhã, durante toda a semana. Palestras também estão ocorrendo no Hospital Universitário, nas salas de Multimídia, Semiologia e Gastroenterologia do 50 andar, entre as 14h00 e 17h00.
Ainda no período da manhã, estará acontecendo no hall da Reitoria a II Mostra das profissões que contará com a presença de vários dos cursos da UFPB apresentando o currículo, as possibilidades de atuação profissional de cada área e, principalmente, com a presença de alunos e professores dos cursos, contando as suas experiências. Será exibido o Painel "Profissão: Medicina", entre outros com os trbalhos desenvolvidos no Pró-Saúde.
No período da tarde laboratórios, núcleos, centros de pesquisa e extensão da UFPB estarão recebendo para visitção os alunos de escolas públicas e privadas, dentro da programação da II Mostra do Conhecimento.

3 de outubro de 2008

Síndrome de Hoffa e Sinal de Hoffa

A insidiosa instalação de dor na face anterior do joelho é frequentemente atribuída a entidades comuns, condromalácia patelar ou síndrome da dor femuropatelar. Uma ampla variedade de síndromes podem resultar em dor femoropatelar. Como em qualquer outro quadro clínico, se um plano de rotina de tratamento não é eficaz após um julgamento clínico razoável, uma expansão do diagnóstico diferencial deve ser feita. Um diagnóstico possível é a síndrome de Hoffa. Este tema será abordado a propósito da menção ao sinal de Hoffa, descrito abaixo. A síndrome de Hoffa é caracterizada pelo desenvolvimento de alterações inflamatórias crônicas associadas ao encerceramento da gordura infrapatelar hipertrofiada nos espaços fêmoro-tibial e fêmoro-patelar. O processo pode ter início após a ocorrência de um trauma maior agudo (direto ou indireto), ou de microtraumas repetitivos crônicos, causando hemorragia e edema na gordura infrapatelar. O aumento volumétrico resultante predispõe a aprisionamento e impacto sobre a gordura infrapatelar, acarretando acentuação das alterações inflamatórias locais, hipertrofia do coxim adiposo e retroalimentação do processo. O coxim gorduroso infrapatelar é comumente lesado, mas raramente discutido na literatura, sendo mais abordado por rediologistas. A evolução crônica da inflamação resulta em necrose dos adipócitos e proliferação fibroblástica, com acentuada fibrose. Eventualmente, pode ocorrer metaplasia condróide, e raramente ossificação endocondral, resultando no desenvolvimento de verdadeiros osteocondromas, como na figura apresentada acima (radiografia em perfil do joelho: massa calcificada na gordura infrapatelar, [foto: LOURENÇO; RODRIGUES, 2007]). Alterações mecânicas primárias, como genu recurvatum, microinstabilidade rotacional ou outras condições que reduzam os espaços fêmoro-tibial e fêmoro-patelar, contribuem para o processo e podem acarretar impacto primário, com evolução para encarceramento crônico de aspecto semelhante, sem um fator desencadeante traumático associado, sendo esta entidade caracterizada como síndrome de Hoffa (EMAD; RAGAB, 2006). Na literatura existem relatos e séries de casos de pacientes que se apresentam com história, sintomas, achados radiológicos e anatomopatológicos semelhantes aos descritos na doença de Hoffa, sendo apresentados como condromas "paraarticulares" ou "intracapsulares. Devido à similaridade entre os processos, alguns autores acreditam que ambas as entidades são relacionadas, sendo tais condromas, na verdade, mais do que simples áreas de transformação osteocartilaginosa ou ossificação heterotópica que se desenvolveram ao acaso na gordura infrapatelar, representando de fato o estágio final da síndrome de Hoffa (SADDIK et al., 2004). Clinicamente, os principais sintomas são dor na face anterior no joelho e redução da amplitude de movimento. Ao exame clínico caracteriza-se hipertrofia do tecido adiposo, que se apresenta endurecido e doloroso, sendo típico o achado do "sinal de Hoffa" (dor à extensão do joelho ao se aplicar compressão digital sobre a gordura infrapatelar). O diagnóstico radiográfico, baseado na identificação direta do osteocondroma, só é realizado tardiamente, após a ossificação. A ressonância magnética permite avaliar a presença de alterações inflamatórias tanto na fase aguda quanto na fase crônica. Emad e Ragab (2004) descrevem o seguinte caso clínico: Um homem de 37 anos, atleta, maratonista, desenvolveu dor anterior aguda do joelho após prolongada corrida, além de edema do seu joelho direito. O paciente apresentava mais dor quando flexionava o joelho e a impressão de que havia um derrame no joelho. Foi solicitada uma ressonância magnética do joelho direito, que revelou uma lesão hipodensa no coxim de gordura infrapatelar com mínimo derrame. Os achados de ressonância magnética indicaram o diagnóstico da síndrome de Hoffa, e foi realizada ressecção artroscópica do coxim de gordura. Houve uma melhora significativa nos sintomas e da função após a cirurgia.
Referências LOURENCO, R. B.; RODRIGUES, M. B. Qual é o seu diagnóstico? Radiol Bras, 40 (32008): 10-13, 2007. EMAD, Y.; RAGAB, Y. Liposynovitis prepatellaris in athletic runner (Hoffa's syndrome): case report and review of the literature. Clin Rheumatol, 26(7):1201-3, 2006 SADDIK, D.; McNALLY, E. G.; RICHARDSON, M. MRI of Hoffa's fat pad. Skeletal Radiol, 33(8):433-44, 2004