19 de maio de 2009

O Paciente Hospitalizado

Por Antônio Edilton Rolim Filho
Estudante de Medicina da UFPB, extensionista do Projeto Continuum (PROBEX/UFPB)


O processo de adoecimento que leva o paciente à hospitalização exige grande capacidade de adaptação deste, alterando até seu equilíbrio, levando-o ao sentimento de desamparo e medo, ou ao surgimento de fantasias sobre sua doença, e tais fatores podem levá-lo a sério comprometimento psicológico. O tratamento do paciente, entendido estritamente em termos dos sintomas manifestos, é comprometido pela insuficiência desta visão que não permite aos profissionais de saúde compreendê-lo.
A observação atenta dessas dinâmicas revela a disparidade existente entre a compreensão do médico das queixas do paciente e a experiência da doença e da dor vividas por esse paciente. A equipe de saúde tem entre suas principais funções a minimização do sofrimento vivenciado pelo paciente pela hospitalização e pela sua sua doença, e também buscar o favorecimento dos recursos pessoais deste paciente para esta adaptação, visando a uma mobilização para sua cura. Durante o atendimento do paciente no contexto hospitalar, deve-se considerar que o fato de muitas vezes o paciente ter poucas informações sobre sua própria doença e de seu quadro clínico provoca sentimentos e dúvidas que os desestabilizam emocionalmente, interferindo negativamente no processo de resolução do seu problema clínico.
Cabe à equipe médica reconhecer que é direito do paciente saber sobre sua doença, entender seu tratamento, conhecer seu diagnóstico e saber de suas possibilidades de recuperação. Isto deve ser participado principalmente pelo médico e demais membros da equipe.
É preciso trabalhar também os conteúdos emocionais (negação, ira, barganha, depressão e aceitação) que emergem, as fantasias, os medos, as dúvidas, assim como dar assistência aos familiares do paciente.