12 de abril de 2008

Semio-Quiz: Síndrome de Claude Bernard-Horner

Resultado - Semio-Quiz: Nove votos na enquete da Síndrome de Claude Bernard-Horner.

Todos assinalaram a alternativa de Síndrome de Claude-Bernard-Horner.

Esta é uma síndrome caracterizada pela seguinte tríade: enoftalmia, miose, estreitamento da fenda palpebral, devida a uma afecção unilateral do nervo simpático cervical. Podem também manifestar-se perturbações da secreção lacrimal, diminuição da tensão ocular, rubor acompanhado por sudorese profusa* do mesmo lado da lesão. *[Corrigindo equívoco: A síndrome é considerada completa quando, além da miose e enoftalmia, ocorre anidrose da hemiface, e não sudorese profusa, como está escrito anteriormente e corrigido através de comentário enviado por um visitante atento].

Sinônimo: síndrome ocular simpática.

Descreveram primeiramente esta síndrome Claude Bernard, fisiologista francês (1813-1878) e Johann Friedrich Horner, oftalmologista suíço (1831-1886).

Claude Bernard primeiro notou a condição experimentalmente em 1852, e o oftalmologista suíço Johann Friedrich Horner descreveu-a em 1869. Pela participação dos dois médicos na descrição da clínica e fisiopatologia da síndrome, ela é conhecida com Síndrome de Claude Bernard-Horner (SCBH).

O nervo simpático responsável pelo suprimento nervoso ocular e facial segue um trajeto descendente desde o hipotálamo, através do primeiro neurônio motor, até o tronco do encéfalo, seguindo depois até o gânglio estrelado através do segundo neurônio motor. A seguir, alcança a face através do terceiro neurônio motor, distribuído em dois feixes: um junto ao trajeto da artéria carótida interna, via destinada à musculatura lisa da pálpebra e pupila, e outro junto à artéria carótida externa, via destinada às glândulas sudoríparas da face.

Esse complexo trajeto da via simpática faz com que existam distintos níveis de interrupção do estímulo nervoso, que podem ser responsabilizados pela SCBH, e agrupados em lesões do cérebro, tronco cerebral, medula, vértebras torácicas de C8 a T1, cadeia simpática cervical e órbita.

A interrupção em qualquer lugar ao longo deste caminho pré-ganglionar ou pós-ganglionar induzirá à síndrome ipsilateral de Horner.

Existem várias etiologias para a Síndrome de Horner:
- Por lesão central - Tumor da pituitária, sifilis,esclerose múltipla, AVC, tumor de ponte.
- Por lesão pré-ganglionar - Tumor de Pancoast, tuberculose, dissecção da aorta ou da carótida, linfadenopatia.
- Por lesão pós-ganglionar - Trauma, aneurisma, aterosclerose, herpes zoster, sinusite.

Referência: Foto retirada do artigo de Westphal et al. (2006).
WESTPHAL, F. L.; LIMA, L. C.; MENEZES, A. Q.; SILVA, D. L. S. Síndrome de Claude Bernard-Horner associada ao empiema pleural. J. bras. pneumol. 32 (2); 176-179, 2006.

*Texto corrigido em 04.04.2011.