11 de maio de 2015

História da Medicina na Arte: Parte II

Trabalhos artísticos escolhidos pelos alunos do MHB3 para ilustrar o III Seminário sobre História da Medicina no semestre 2015.1 
(Departamento de Medicina Interna, Centro de Ciências Médicas, UFPB)


ÉRICA
Pintura de Pablo Picasso em 1897: "Ciência e Caridade". Uma mãe doente em seu leito, entre um médico sentado olhando seu relógio portátil enquanto toma o pulso dela, e uma freira que segura o filho pequeno da mulher e estende-lhe uma bebida (talvez chá). Os cuidados paliativos contemporâneos e a medicina paliativa surgem da contemplação da pintura: o controle da dor, apoio social e espiritual e o cuidado são elementos claramente presentes nesta pintura.


OTÁVIO
"O Triunfo da Morte", pintura de Pieter Bruegel, o Velho, em 1562: Uma paisagem desolada de morte e destruição confronta o espectador. Faz pensar sobre a sempre presente ameaça de morte na Europa medieval, trazida pelas epidemias de Peste Negra. Bruegel era um artista holandês que teria testemunhado duas das graves recorrências da Peste Negra no século XVI.


MARITA
Xilogravura de Alessandro Beneditti, médico italiano, mostrando a extração de Asclepius, o deus grego da medicina, do abdome da mãe Coronis, por seu pai Apollo. Gravura publicada na edição de 1549 do livro De Re Medica, de Aulus Cornelius Celsus.


FÁTIMA
“Máscaras”, trabalho do artista americano William Utermohlen que, em 1995, aos 61 anos, recebeu o diagnóstico de doença de Alzheimer. O artista passou, então, a pintar uma série de autorretratos. A partir do momento de seu diagnóstico até o ano 2000, quando ele foi internado em um lar de idosos, criou retratos de sua penosa decadência mental. Com seus quadros, ele demonstra os efeitos devastadores da doença. Suas obras tornaram-se mais planas, mais abstratas, com perda de detalhes e de sentido espacial. Em 2000, a memória e as habilidades técnicas do Utermohlen tinham se deteriorado ao ponto em que seus autorretratos passaram a ser simples crânios nos quais ele rabiscava as mais básicas  características faciais.


RODRIGO
David Kirby no seu leito de morte. Foto publicada na Revista Life em 1990. Uma das fotografias mais penosas e controversas publicadas em um momento em que emergia a pandemia global de Aids. David Kirby era um ativista dos direitos homossexuais que contraiu HIV. Ele se reconciliou com sua família, de quem se havia distanciado, a fim de morrer cercado por ela. Naquele momento, 25 anos atrás, ainda não havia o tratamento com os antirretrovirais e a Aids costumava ser uma sentença de morte. Foto originalmente em preto e branco, tirada por Therese Frare, na época estudante de pós-graduação em Jornalismo.


PROFA. RILVA

"A verdade é que a medicina, declaradamente baseada na observação, é tão sensível às influências externas, políticas, religiosas, filosóficas, imaginativas, tal como o é o barômetro para as mudanças de densidade atmosférica"
 (Oliver Wendell Holmes)