1 de março de 2017

Devolutiva: I Prova de Semiologia Médica - Turma 1 - 2016.2


(1) Comente (faça uma análise crítica) os três primeiros itens da seguinte anamnese do paciente Manoel da Silva:

IDENTIFICAÇÃO: Manoel da Silva, masculino, 38 anos, casado, mecânico, procedente de Guarabira-PB
QUEIXA PRINCIPAL: Dor no joelho esquerdo
HISTÓRIA DA DOENÇA ATUAL: Paciente veio à consulta no HULW referindo que há 5 dias acordou pela manhã com dor no joelho esquerdo. Desde aquele dia não comparece ao trabalho por dificuldade de caminhar. Nestes dias, usou 3 comprimidos de Aspirina por dia sem melhora. Teve temperatura axilar de 37,80 C por 2 vezes.

Na identificação, faltaram a etnia e a procedência do paciente.
Na Queixa Principal, faltou a duração do sintoma.
Na História da Doença Atual, faltaram várias informações: Elementos sobre o início (modo e fatores desencadeantes aparentes), curso (contínuo ou descontínuo) e características referentes à dor (irradiação, qualidade, intensidade, fatores de melhora e piora, progressão – mesma intensidade, piora ou melhora desde o início do quadro), assim como a dosagem da Aspirina usada e se esta teve prescrição médica.

(2) Qual a importância semiológica da obtenção da história ocupacional na anamnese?
A história ocupacional é parte da história clínica dos pacientes, e tem o objetivo de documentar as condições de salubridade dos locais de trabalho do paciente para relacionar os riscos que podem ser causados ou agravados pela ocupação. Estes riscos podem ser exemplificados pela exposição a produtos químicos, poeiras, metais, radiações ionizantes, gases tóxicos, trabalhos repetitivos,  substâncias corrosivas, fibras orgânicas e inorgânicas, agentes infecciosos, inseticidas, agrotóxicos, produtos petroquímicos, agentes físicos (ruído, vibração, iluminação, temperaturas extremas), assim como fatores psicológicos como o estresse emocional, pressão psicológica no ambiente de trabalho, carga horária, conflitos nos relacionamentos com colegas e chefia. É necessário perguntar também a duração e ajustamento pessoal do doente ao trabalho atual, além das ocupações exercidas anteriormente, com sua descrição e duração.

(3) Que aspectos clínicos devem ser descritos no exame das extremidades à ectoscopia?
Coloração, temperatura, presença de edema, presença de veias superficiais dilatadas, ulceração da pele, hiperpigmentação de membros inferiores, cicatrizes, perfusão capilar distal, escassez de pelos e unhas distróficas, deformidades esqueléticas e hipotrofia muscular.
[Não foi esperada resposta incluindo exame dos pulsos, que também devem ser examinados nas extremidades, porém ainda não foi apresentado no atual semestre]

(4) Em que situações o tecido celular subcutâneo pode se encontrar alterado em todo o corpo de forma clinicamente observável à ectoscopia?
Edema (infiltração de líquido), excesso ou escassez de panículo adiposo,  infiltração e ar (enfisema subcutâneo), mixedema (superprodução de colágeno intersticial e mucopolissacarídeos por fibroblastos) e linfedema (acúmulo de líquido intersticial por obstrução de vasos linfáticos).

(5) Quais os possíveis erros devidos à técnica de medição da pressão arterial?
Braço do paciente sem apoio; posicionamento do instrumento acima ou abaixo da altura do coração; compressão excessiva do estetoscópio sobre a artéria; preferência do examinador por números pares; mãos do examinador e equipamento frios provocando eventual aumento da PA; sistema acústico do aparelho danificado; interação entre examinado e examinador afetando a leitura da PA (hipertensão do “jaleco branco”); congestão das veias do braço por medições repetidas dificultando a ausculta;  constrição da roupa do paciente no braço; falta de estimação da pressão sistólica por meio da palpação do pulso, que ajuda a reconhecer o ponto aproximado em que a pressão sistólica será determinada, identificando uma pressão sistólica falsamente mais baixa (presença do hiato auscultatório); exame da pressão sem pelo menos 5 minutos de repouso do paciente; exame do paciente que fumou nos 30 minutos anteriores.